Resenha: Bruxa da Noite [Primos O'Dwyer #1] – Nora Roberts


Com pais indiferentes, Iona Sheehan cresceu ansiando por carinho e aceitação. Com a avó materna, descobriu onde encontrar as duas coisas: numa terra de florestas exuberantes, lagos deslumbrantes e lendas centenárias – a Irlanda. Mais precisamente no Condado de Mayo, onde o sangue e a magia de seus ancestrais atravessam gerações – e onde seu destino a espera. Iona chega à Irlanda sem nada além das orientações da avó, um otimismo sem fim e um talento inato para lidar com cavalos. Perto do encantador castelo onde ficará hospedada por uma semana, encontra a casa de seus primos Branna e Connor O’Dwyer, que a recebem de braços abertos em sua vida e em seu lar. Quando arruma emprego nos estábulos locais, Iona conhece o dono do lugar, Boyle McGrath. Uma mistura de caubói, pirata e cavaleiro tribal, ele reúne três de suas maiores fantasias num único pacote. Iona logo percebe que ali pode construir seu lar e ter a vida que sempre quis, mesmo que isso implique se apaixonar perdidamente pelo chefe. Mas as coisas não são tão perfeitas quanto parecem. Um antigo demônio que há muitos séculos ronda a família de Iona precisa ser derrotado. Agora parentes e amigos vão brigar uns com os outros – e uns pelos outros – para manter viva a chama da esperança e do amor.

Bruxa da Noite (Dark Witch) é o primeiro volume da trilogia Primos O'Dwyer, escrita pela aclamada Nora Roberts e publicado pela Editora Arqueiro. O enredo envolve magia, romance e mistério.

Magia. Irlandeses. Romance. Seriam estes, ingredientes certeiros para uma trama deliciosa sobre bruxas? Com certeza! Gosto muito da escrita da Nora Roberts, especialmente quando ela traz magia ao enredo e, este livro, é um ótimo exemplo. Iona acaba de chegar à Irlanda à procura de suas raízes. Ao que parece, ela descende de uma linhagem de bruxas bem peculiar no país de origem de sua avó. Lá, ela conhece os primos, Branna e Connor, cuja ligação vai muito além da consaguínea, e logo uma amizade se forma entre os três. Claro que, para se manter por lá, Iona também precisa trabalhar. Ela consegue um emprego dos sonhos, cuidando de cavalos, para o qual possui um talento nato, tudo isto, seguindo as ordens de Boyle McGrath, o patrão. Tudo vai muito bem, exceto pela iminente presença maligna que ronda a família há séculos. Juntos, os primos terão que formar um círculo e protegerem uns aos outros.
O livro é escrito em terceira pessoa, narrando, a princípio, um importante acontecimento do passado, quando a perseguição à família começou. Com o desenrolar da história, foca-se em Iona e o grupo com que passa a se relacionar na Irlanda. A história acaba sendo bastante onisciente, conseguindo mostrar ao leitor até mesmo alguns pensamentos alheios aos personagens principais.
Iona é uma personagem interessante, não só pela magia que possui, mas pela forma como se doa por seus ideais. Ela largou toda a sua vida na América para descobrir seu legado no Condado de Mayo, Irlanda, mantendo-se sempre otimista perante os caminhos e pedras a contornar. Como ela, Branna e Connor também são personagens bem interessantes (cada um terá sua história contada nos próximos livros), dispostos a encarar as novidades e os perigos que a chegada da nova bruxa pode implicar. Além deles, Boyle, patrão de Iona e velho amigo dos O'Dwyer, também possui um importante papel na trama, especialmente no que tange a presença de Iona. O ponto de tensão da narrativa é a presença de Cabhan, um ser demoníaco que vem perseguindo e aterrorizando a linhagem das bruxas da noite há muito tempo. Talvez este seja o momento de derrotá-lo de vez, mas para isso um árduo trabalho precisa ser feito, afinal, só a prática poderá levar os primos à vitória.
Eu já sou apaixonada por histórias de bruxas, especialmente quando o cenário é a paisagem mágica da Irlanda. A capa de Bruxa da Noite consegue passar exatamente a sensação de magia e beleza sombria, algo que eu não dispensaria ainda que a leitura não fosse tão proveitosa, o que não é o caso aqui. A leitura conseguiu me prender, especialmente quando deixa questionamentos/ganchos para a sequência. Obviamente, a história não está nem perto de acabar, já que temos uma trilogia, e isto é positivo, pois dá ao leitor a oportunidade de conhecer melhor o ambiente e os personagens que fazem parte da empreitada. Eu já tenho uma dupla favorita, que provavelmente terá sua história em foco no último volume e, por várias razões, pretendo acompanhar a trilogia, que aliás, recomendo a todos que apreciam uma narrativa cheia de magia, romance e lugares literalmente encantadores.

“– Você está com pena de mim.
Eu seria uma pessoa ruim se não estivesse. Mas estou irritada por você, por mim mesma e por todas as outras bruxas e mulheres com amor-próprio. Feitiço de amor uma ova.”

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