Connie Mereditch vive uma vida normal, estuda em um típico colégio americano e tem uma ou duas pessoas que pode chamar de 'amigos'. Mora com sua mãe, seus avós, sua irmã mais nova, por parte de mãe, e sua tia; mas nunca teve um pai. Quando se conforma com tal coisa, tudo dá um giro de 360º em sua vida e ela deverá aprender que nem tudo é como planejamos e imaginamos, mas que quando a nossa rotina é abalada, os resultados podem ser melhores do que acreditamos ser.
Só
mais um espetáculo é um romance nacional publicado pela Chiado
Editora e escrito pela jovem autora Beatriz Gandolfi (ela tem só 16
anos!). O livro conta uma história simples e doce, abordando temas
como abandono, perdão, primeiro amor e, como mostra esta capa
maravilhosa, ballet.
Connie
vive com a família em uma cidadezinha dos Estados Unidos e, apesar
de nunca ter conhecido o pai, que desapareceu quando a garota ainda
era um bebê, é feliz ao lado da mãe e da irmã mais nova, além de
uma tia e dos avós. Na escola, Connie é uma boa aluna, embora não
se destaque, e prefere as poucas e boas amizades a uma vida de
badalação, muito comum entre os jovens da sua idade. A única coisa
que ela não se permite ser mais ou menos é ser bailarina. Ela faz
parte da turma de ballet clássico da escola e é muito boa nisso.
Sem grandes novidades, sua vida segue um rumo tranquilo até certo
dia, quando tudo resolve acontecer ao mesmo tempo. De repente, ela
tem a chance de ser notada o suficiente para garantir seu futuro e
ganhar uma bolsa para a faculdade. Infelizmente, uma visita
inesperada lhe traz uma grande questão a ser decidida e, claro,
ninguém poderá fazê-la por ela. São tantas coisas acontecendo ao
mesmo tempo, que ela se vê correndo para um lugar onde nunca quer
estar: uma festa. E, é claro, surpresas não param de chegar...
Aos
poucos, Connie vai descobrindo como lidar com os obstáculos e
provações que surgem em seu caminho, indicando um crescente
amadurecimento. Embora não esteja procurando, ela acaba encontrando
na amizade de Matt algo um pouco maior do que o esperado. A ideia de
romance surge de forma bem sutil, quase inexistente, porém notável
aos olhos de qualquer leitor. Esta abordagem, aliás, é um dos
pontos que mais me agradam na história. Estou um pouco cansada de
romances inexplicadamente tórridos, geralmente sem base alguma, que
não convencem nem um pouco. Talvez isto funcione para os new
adults, ainda que, até para
estes, fique um pouco ridículo, mas para romances juvenis, é muito
mais natural que as coisas não sejam tão profundas, ou mesmo,
óbvias. Connie e Matt não são inocentes a respeito de seus
sentimentos, mas agem com calma, deixando as coisas se desenrolarem
sem aquele desespero usual.
Não
há nenhum drama realmente profundo, apenas o desenrolar
natural das divergências
familiares e pequenos fatores que fogem ao padrão, exigindo um pouco
mais de paciência dos personagens. A trama poderia ter sido melhor
trabalhada neste ponto, dificultando um pouco mais a vida dos
personagens, especialmente de um certo ser, que falou, falou, mas não
provou seu ponto, merecendo um belo passa-fora.
A
escrita da autora ainda tem muito a amadurecer, mas já demonstra um
grande potencial, pois ela soube dar um bom ritmo a uma história de
natureza lenta, sem deixá-la chata ou repetitiva. Acho que o final (antes do epílogo)
poderia ter sido mais elaborado, presenteando os leitores com mais
detalhes românticos, os quais haviam sido bem naturais durante o
desenvolvimento da trama, sem exageros, mas que poderiam acrescentar
mais emoção ao desfecho. Não
posso dizer que este é completamente
previsível, já
que abre uma certa margem a interpretações ao ser subdividido, e
não encerrado de forma única.
Apesar da capa lindíssima, que diz muito a respeito da história e personalidade da personagem, e da diagramação interna igualmente caprichada, a editora pecou um pouquinho na revisão. O problema nem foram tanto os erros ortográficos (não notei nenhum absurdo), mas a confusão de vozes durante a narrativa. O livro é narrado em terceira pessoa, mas em vários momentos, um parágrafo comum transforma a narrativa em primeira pessoa (um erro muito comum dos autores e facilmente solucionável, mas que acabou passando na revisão). Alguns capítulos são, propositalmente, narrados sob o ponto de vista de outro personagem e, embora neste caso, não haja qualquer dificuldade na identificação do mesmo, o problema de vozes se repete.
Decerto, a leitura
leve e jovial é recomendada a todos, embora deva agradar aos que se
identifiquem com os pontos acima mencionados, bem como ao tema de fundo (ballet).
“Elogios fazem você achar que está dando o seu melhor, então o seu nível cai e, além do mais, elogios são coisas ditas por pessoas falsas querendo nada mais que socializar, não por pessoas sinceras.”
Olá Camilla! Sou a Bia, autora do livro :D Primeiramente quero lhe agradecer por ter feito a resenha do livro - significa muito para mim - e por ter sido tão sincera. Obrigada por cada elogio e cada crítica; todas elas me ajudarão durante a incrível jornada na qual encontro tanto amor e paixão : escrever. Sei que tenho pouca idade - 16 anos hehehe - mas tinha ainda menos quando escrevi o livro, com meus 14 anos; e até mesmo em sua publicação, com 15 anos, então assumo as falhas na parte de narração - primeira e terceira pessoa - já me comprometi a não cometer estes erros nas próximas publicações que já estão por vir! E é errando que se aprende! Enfim, obrigada mesmo pela belíssima resenha, e pelos inúmeros elogios! Me deixaram muitíssimo feliz!Ah, também quero agradecer as fotos lindas que você usou na publicação: estou APAIXONADA! Beijinhos, Bia .
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