Resenha: Fingindo – Cora Carmack


Autor(a): Cora Carmack
Gênero: Romance
Nro Páginas: 336
ISBN: 9788581636665

"Meu nome é Cade Winston. Aluno de mestrado em belas-artes, voluntário, abraçador de mães e seu namorado pelas próximas vinte e quatro horas. Prazer em conhecê-la."
COM SEUS CABELOS COLORIDOS, tatuagens e um namorado que combina com tudo isso, Max tem exatamente o estilo que seus pais mais desprezam... E eles nem sonham que a filha vive assim.
Ela fica em apuros quando seus pais a visitam na faculdade e exigem conhecer o futuro genro . A solução que Max encontra para não ser desmascarada é pedir para um desconhecido se passar por seu namorado. Para Cade, a proposta veio em boa hora: é a chance que ele esperava para acabar com a sua fama de bom moço, que até hoje só serviu para atrapalhar sua vida. Um faz de conta com data marcada para terminar... E um casal por quem a gente vai adorar torcer. Fingindo vai seduzir você.

Fingindo (título original Faking It), escrito por Cora Cormack e publicado no Brasil pela Editora Novo Conceito, conta a história de Cade, um dos personagens do new adult Perdendo-me (Losing It). Embora a presente história dê continuidade aos eventos iniciados em Perdendo-me, não é preciso ter lido um para começar o outro, já que os focos e personagens, ainda que interligados, são diferentes.

Quem leu Perdendo-me, certamente se encantou pelo fofíssimo Cade Winstom, o melhor amigo de Bliss, a personagem principal, até então. Por outro lado, quem não leu só precisa saber que vale a pena acompanhar a história do Menino de Ouro. Estudante, ator e cavalheiro ao extremo, Cade é certamente o namorado dos sonhos de toda garota. Bem... talvez não de toda garota, mas o de todos os pais, provavelmente. Max, por exemplo, tem um problema sério com os seus. Além de não se vestir e portar como eles gostariam, a garota ainda tem um gosto “daqueles” para namorados. Mesmo morando fora e trabalhando em vários lugares, o dinheiro ainda não é suficiente para bancar o sonho de viver da própria voz e banda. Assim, Max ainda precisa aceitar os palpites caretas e perfeitinhos dos pais, que lhe dão suporte financeiro... pelo menos por enquanto.

A verdade era que... nada daquilo impedia que as pessoas me abandonassem. Nada poderia impedir, se a pessoa estivesse determinada a ir embora. A única questão era o quanto você estava disposto a correr atrás delas.”

Quando os pais de Max decidem lhe fazer uma visita surpresa para conhecer seu atual namorado, Max se vê em um beco sem saída. Mace, o namorado, é exatamente o que os pais não querem para a filha: um baterista gato que não quer nada com os estudos. Apavorada, Max encontra em Cade a solução perfeita. Com seu jeito óbvio de garoto encantador, Cade só precisa fingir ser o namorado na frente dos pais. Como todo bom ator, ele vê na bizarra proposta uma forma interessante de exercitar seu talento como ator. Se alguém duvida que uma mentirinha dessas pode dar errado, a resposta vem em menos de 24 horas. Um envolvimento além da atuação já é de se esperar, mas a bagagem dos personagens possui significados ainda maiores e mais entrelaçados do que eles poderiam imaginar.

Normalmente, olhar para alguém ali do alto era esquisito e íntimo demais. Encará-lo era íntimo, mas não esquisito. Era empolgante.”

O livro é narrado em primeira pessoa, sob os pontos de vista de Cade e Max, intercalados pelos capítulos. Ambos possuem personalidades distintas e cativantes. Ao contrário do que tenta demonstrar, Max é uma garota bem doce, mas nada enjoada. No início, toda aquela pose de mulher bem-resolvida e cheia de atitudes, que parece não se importar com o mundo, passa uma falsa imagem de pessoa insensível e leviana. Na verdade, ela é o oposto de tudo isso, o que acaba trazendo ao leitor um questionamento mais profundo: afinal, porque ela tem tanto medo de ser ela mesma perante os pais? O desenvolvimento é interessante, pois os motivos que embasam as atitudes de sua família (e dela própria) são mais fortes do que podemos supor, e muito ligados a um drama do passado. Tudo o que Cade tem de transparente, Max esconde por trás de tatuagens, maquiagem pesada e roupas extravagantes. Entretanto, se ambos possuem veia artística, até que ponto se consegue esconder sua verdadeira personalidade? Dos vários pontos abordados no livro, o “seja você mesmo” é, provavelmente, o mais explorado. E, com razão, já que esse tipo de situação pode surgir sob formas inesgotáveis.

O enredo pode não ser o mais surpreendente, mas o desenrolar da trama é delicioso, do tipo que não se quer largar até que termine a última página e, mesmo após o fim, se quer mais. Como todo new adult, existem alguns trechos hot, embora estes nem sejam muito fortes, o que é bom, aliás, já que não há todo aquele exagero costumeiro do gênero.
 
O trabalho da editora está muito bom, desde a típica diagramação interna (simples e agradável) até a capa. E, uma ótima notícia para quem já sabe que curte a escrita da autora: em breve a Novo Conceito estará lançando Encontrando-me, que assim como Fingindo, contará a história de mais um personagem que surgira em Perdendo-me, desta vez, a de Kelsey (amiga de Bliss e Cade). É amor demais, não é?

Fingir não me incomoda. - Talvez dizer aquilo em voz alta lhe conferisse um ar de verdade. - Não é nada de mais. Atuar é que eu faço.”

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