Resenha: Champion (Legend #3) – da Marie Lu


No emocionante desfecho da trilogia Legend, June ocupa uma posição privilegiada no governo e Day trocou a alcunha de criminoso mais procurado do país pela de herói nacional. Mas quando tudo parece conspirar a favor da paz, a ameaça da guerra ressurge na forma de um vírus mortal que começa a espalhar o pânico entre as colônias. Em Champion, a vida de milhares de pessoas está novamente nas mãos de June, a menina-prodígio da República. Mas salvá-las significa também enfrentar novos desafios e exigir novos sacrifícios de seu amor. O livro chega ao Brasil pelo selo Rocco Jovens Leitores, que relança também os dois primeiros volumes da série, Legend e Prodigy.

Champion é o terceiro volume da trilogia Legend, a verdade se tornará lenda, publicada inicialmente pela editora Prumo e finalizada/republicada pela Rocco. Trata-se de uma distopia, ambientada em um planeta Terra que sofreu várias modificações geográficas e políticas ao longo dos anos. Os livros são curtos e objetivos, algo bem diferente do usual quando se trata do tema distópico.
Resenha complicada esta, viu? Toda vez que termino um série/trilogia sinto aquele vazio, aquela saudade dos personagens e aquele gostinho de quero mais. Quando li Legend, me apaixonei pelos personagens, pois com toda a dureza da situação que viviam, ainda sabiam ser generosos e carismáticos.

Após fugas cinematográficas, contato com grupos conspiratórios, doenças e, claro, toda a perda, Day e June finalmente se encaixaram e estão em uma posição de respeito. Day não é mais a lenda furtiva venerada pelo povo, ele agora apoia a República. June, o prodígio da República, não é mais a menina que só quer vingar a morte do irmão. Será mesmo? Em Champion, os personagens estão quase tranquilos o bastante para não passarem noites em claro preocupando-se com a sobrevivência. Eles agora são figuras políticas e possuem um papel bem claro na revolução, pois apoiam o governo. É claro que esse governo não pertence mais ao tirano inescrupuloso que outrora permitiu as mais diversas atrocidades... mas ainda assim, até onde pode ser confiável?
Pela primeira vez na história da República, não há capital onde pousar.
 O inimigo agora tem face e nome próprio, melhor dizendo, os inimigos. Ao mesmo tempo que uma boa solução para o conflito entre a República e as Colônias é quase viável, uma decisão (mais de uma) é ainda mais difícil. A relação de Day e June não é a mesma, algo capaz de arrancar e destroçar os corações dos leitores que tanto os amam, mas tudo por causa de males gerados pelo passado tenebroso do país. 
Me diga uma coisa, Day: Você acha que as massas têm o direito de tomar decisões por uma nação inteira?
O segundo volume da trilogia, Prodigy, não deixou muito o que se desvendar, por isso a objetividade em Champion está ainda mais marcante. Os personagens sabem o que fazer, sabem contra quem lutar e conhecem as possibilidades, inclusive os aliados. Logo, não há muito o que desenvolver durante a narrativa, exceto quanto ao “elefante branco” da história, a relação Day/June. Confesso que fiquei desolada com o decorrer dos fatos, especialmente com o final, que definitivamente não poderia agradar a todos. Faz todo sentido, mas nem por isso é emocionalmente compreensível. Chegando à última página, tudo o que eu queria era que aquele não fosse o último livro, mas... parece que era. Senti muita falta da emoção que senti com Prodigy, com tantas descobertas e momentos fofos, mas não acho que tenha terminado mal. O que acho é que poderia haver mais. Umas quatrocentas páginas estaria de bom tamanho...
A narrativa não teve sua forma de apresentação alterada, sendo feita em primeira pessoa, de forma alternada entre Day e June. A Rocco manteve o layout anterior, portanto as páginas possuem aquele efeito chamuscado nas pontas tão bonito. E para quem, como eu, já tinha Legend e Prodigy da edição da antita editora Prumo, não vejo problema algum na coleção, pois tanto o tamanho do livro quanto o estilo foram mantidos e, tirando o logo da editora, nada vai alterar o layout da sua estante. Vou ficar com os dois primeiros da Prumo e o último da Rocco normalmente, sem receio de deixar a estante esquisita.
(...) Há muito tempo estou procurando uma coisa que acho que perdi.

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2 comentários:

  1. Amo distopias. Já tinha lido algo sobre essa, mas nunca me aprofundei nem pesquisei sobre a história. Essa resenha me deixou curioso para saber mais, e tenho a sensação que minha estante no Skoob acabou de ganhar novos moradores.

    Autor de Mestre de Marionetes
    www.laplacecavalcanti.com

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