SSMovie: A Culpa é das Estrelas



O mundo não é uma fábrica de realização de desejos, porque se fosse, o câncer (qualquer tipo da câncer) seria 100% curável. Alguns infinitos são maiores que outros, porque se fossem iguais, toda a matemática seria perfeita demais, coisa que a vida não é. Todos deveríamos ter um amor que durasse, pelo menos, até o fim da vida, porque antes disso, não há um prazo razoável. 

Eu poderia citar e complementar citações de A Culpa é das Estrelas por uma eternidade e, ainda assim, não diria o que essa historinha sobre o amor adolescente que cresce no ritmo das células cancerígenas significa para mim. Existe vida após os créditos de um filme como A Culpa é das Estrelas? Sim, porque o esquecimento é inevitável e, em algum momento, seguimos com a vida. Mas o ponto é, como pode um livro com uma mensagem tão forte e clara, e tantas metáforas, ser tão bem adaptado para as telas? Posso ter a visão parcial de quem se sentiu pessoalmente encantada pelo livro, mas talvez esta seja justamente a razão ideal. Não costumo dizer que as coisas são perfeitas. Tudo o que o homem toca é imperfeito, mas algumas obras deixam bem claro que temos potencial; que talvez, estejamos quase lá, prestes a compreender o quanto as peculiaridades do nosso universo são incontáveis e, ao mesmo tempo, tão previsíveis.
Bom, tenho certeza de que vocês não querem ler minhas divagações, por isso, vamos ao filme!


Eu soube que ia chorar, e muito, assim que assisti ao primeiro trailer. Antes do primeiro Okay eu já estava em prantos. Inexplicavelmente, lágrimas pesadas, como se toda a dor devesse mesmo ser sentida. Chorar é fácil. Eu mesma choro por bobagens, mas geralmente quando sou mera espectadora. O fato é: não considero ACEDE um livro, ou um filme, triste. Se você leu minha resenha, postada em julho do ano passado, vai perceber que o livro funcionou como um mantra para mim. 
O que vi na Hazel Grace de Shalene Woodley e no Augustus Waters de Ansel Eg, foram personagens lindos e metafóricos, reunindo a coragem e o bom humor de tantos garotos e garotas que deveriam estar vivendo o primeiro, o segundo, o terceiro amor e assim por diante, mas que na realidade estão lutando uma batalha que só se apoia em probabilidades. Nada é certo, exceto pela morte. Mas esta não é certa para todos, doentes e saudáveis? Bom, quem se importa com especulações quando se tem uma vida tão curta pela frente? Viu? Não da para se falar em morte sem pensar no inevitável, mas isto não cabe a mim tagarelar por aqui.
Hazel é um milagre da ciência, pois suportou uma medicação experimental inviável a qualquer outro paciente. Ela sabe que não vai durar muito, mas seus dias não estão, humanamente, contados. Naturalmente, ela não vive tudo o que uma garota de 17 anos vive. Ao mesmo tempo, o lado que não costumamos pensar quando estamos saudáveis, se aflora: o que é ver um filho morrer lentamente? Discretamente, acredito que esta seja uma das mensagens mais bonitas da história. Todos nós achamos que é difícil partir aos poucos, mas temos certeza de como é ficar para trás. Não quero pensar no que se torna a vida dos pais que perdem seus filhos para uma doença ou para qualquer outro fado. A Hazel do filme soube mostrar a sensibilidade que falta em muitos de nós ao pensar, incansavelmente, no que será deles, para quem ela é a vida.
Por outro lado, Augustus foi representado pelo garoto bonito e incrível que deveria ser e fora descrito no livro. Gostei muito da atuação do Ansel, que a princípio, assim que houve a confirmação do elenco, me deixou um pouco decepcionada. Tudo bobagem, claro. Nosso Gus não poderia ter soado mais fofo e irreverente.
Minha cena preferida é a do momento dos ovos. Ficou linda, engraçada e deixou o sentimento de vingança saciado. Gostaria que em nosso dia a dia pudéssemos resolver nossas mágoas assim, com humor e leveza. Seria perfeito.
O quesito fidelidade é algo que sempre se analisa ao traçar o paralelo livro/filme, e A Culpa é das Estrelas não deixa a desejar mesmo. Cada detalhe, cada diálogo foi perfeitamente contextualizado. A essência do livro não sofreu qualquer alteração. Sei que perfeição é uma palavra muito séria para descrever o filme, mas ao considerar a adaptação não posso dizer que é nada menos do que perfeita.


4 comentários:

  1. Estou louca pra assistir esse filme!
    http://sobre-tudoum-pouco.blogspot.com/

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  2. Me preparando para assistir, não vejo a hora! Bom saber que o filme foi a altura do livro.
    Bjs, Rose.

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  3. Visitandoooooooooooooooooooooooo...
    ... estou ansiosa para assistir esse filme. O livro é lindooo.
    Bjusssssss

    http://minhavidanaestante.blogspot.com/

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  4. A adaptação ficou incrível! Eu, podem me julgar, gostei bem mais que o livro. Achei os atores muito carismáticos e vi muita gente chorando no cinema. Seria ótimo se mais livros fossem adaptados desse mesmo modo!

    http://legadodaspalavras.blogspot.com.br/

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