Resenha: Como Viver Eternamente – Sally Nicholls


 ALGUMAS COISAS SÃO PERFEITAS DO INÍCIO AO FIM”
Sam ama fatos. Ele é curioso sobre óvnis, filmes de terror, fantasmas, ciências e como é beijar uma garota. Como ele tem leucemia, ele quer saber fatos sobre a morte. Sam precisa de respostas das perguntas que ninguém quer responder. ”Como Viver Eternamente”, é o primeiro romance de uma extraordinária e talentosa jovem autora. Engraçado e honesto, este é um livro poderoso e comovente, que você não pode deixar de ler. A autora tem apenas 23 anos e embora seja seu primeiro livro, ele está sendo lançado em 19 países, dirigido a crianças, adolescentes e adultos.


A proposta é simples: ou você se emociona com a história de Sam, ou, fica emocionado com a história de Sam. Viu? O livro chegou, direto da Geração Editorial, contendo nada menos que um pacote de lenços. Sim, você leu isso mesmo: lenços. A premissa é clara e, a emoção é certa. Com um título desses e uma sinopse transbordando fofura e melancolia, era quase certo que eu ficaria tocada.

Quando comecei a ler, confesso ter achado um pouco estranha a forma como Sam lidava com uma grande detalhe de sua vida: a leucemia. O garoto só tem 11 anos, mas já passou pelo drama da luta contra a doença há alguns anos. Apesar das limitações, ele quer mesmo é ser vivo e desvendar os mistérios que ninguém conseguiu, quebrar recordes que ninguém quebrou e estar em lugares onde ninguém chegou (pelo menos, ninguém como ele).
Sam não vive em hospitais, mas também não vai à escola. Seus dias correm na presença de uma professora a domicílio, que ensina a ele e a Felix, seu amigo dos tempos de hospital, coisas sobre o mundo. Sua família é bem comum: pais atenciosos e uma irmãzinha. O problema é que as limitações de Sam ameaçam impedi-lo de conhecer todas aquelas coisas qu ele tanto questiona. Não que isso dure muito, já que Felix não pretende deixá-lo em paz até que ele quebre algum recorde...
Basicamente, a visão em primeira pessoa de Sam dá um ar muito natural ao livro e, sem dúvida, emocionante. Acho até que é mais doloroso do que A Culpa é das Estrelas, já que Sam é só um garotinho que ainda gostaria de chegar à adolescência.
Sam e Felix são meninos que já passaram por muita coisa e, portanto, é natural que sejam mais maduros do que o normal. Seus questionamentos são inteligentes e cheios de significados capazes de surpreender qualquer pessoa desinteressada.

- Não tem nenhuma coisa boa – disse Felix. - Como poderia ter? Se alguém dá câncer a criancinhas , então esse alguém não pode ser bom.”

Bem escrito e repleto de curiosidades, o livro nos apresenta ao mundinho de Sam da forma que nós, leitores, mais amamos: através de um livro. Ele não quer ser esquecido, mas também não quer ser lembrado como um pobre garotinho doente. Pensando nisso, ele começa a escrever sobre si e, seus planos incluem desde o primeiro beijo até uma viagem ao espaço.
Como Viver Eternamente não é um livro profundo e cheio de palavras bonitas. Não é como se um filósofo escrevesse em seu leito de morte. É um livro sobre a vida e a pureza daqueles que não foram agraciados pela apulheta do tempo. Não é sobre o sofrimento da luta contra uma doença grave e fatal, e muito menos sobre a morte. Afinal, quantos garotos de 11 anos no mundo têm a oportunidade de ir ao espaço? O final é irreverente, com um gostinho doce de saudade e vontade de viver tudo o que uma criança doente não pode. Abrir o livro novamente para verificar as citações me provocou exatamente o mesmo que a leitura da última página.
A capa está realmente linda, com um significado que só os trechos finais do livro vão mostrar. Dentro do livro, encontramos figuras que o próprio Sam seleciona, assim como curiosidades que ele andou pesquisando para seu livro. Desenhos feitos por seu pai e sua irmã, cartões de presente, dentre outras coisas, fazem parte das páginas do livro como a própria vida de Sam.
Um conselho: leia! Mas não para comparar com A Culpa é das Estrelas, pois em comum os dois só têm a abordagem do câncer. Leia pela sua vida, caso você seja saudável, e pense muito antes de reclamar da sua infância sem brinquedos caros. Acredite, é clichê, mas muitas crianças só queriam ter tido uma infância. E mais tempo...

Quando as estrelas velhas morrem, elas explodem em um estouro gigante, que forma uma nebulosa. Nebulosas são nuvens de gás e poeira. É daí que as estrelas-bebê crescem. Todo o gás e a poeira se comprimem, a gravidade suga-os e eles se transformamem estrelas. As partículas que não se transformam em estrelas ficam flutuando pelo espaço como planetas, luas ou cometas, e se as condições dorem perfeitas, plantas e outros seres começam a crescer e as pessoas nascem. Isso significa que somos todos feitos de partículas de uma estrela velha. Mas é um ciclo. Porque depois de milhões de anos a estrela nova fica velha e cansada também; então ela explode e outras estrelas-bebê nascem. Se a estrela velha não morresse, você nunca teria as estrelas novas.”

1 comentários:

  1. Oie,
    nossa já ouvi falar tanto desse livro, mas ele definitivamente não me chama atenção :(

    bjos
    http://blog.vanessasueroz.com.br

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