Resenha: Métrica, de Colleen Hoover

O romance de estreia de Colleen Hoover, autora que viria a figurar na lista de best sellers do New York Times, apresenta uma família devastada por uma morte repentina. Após a perda inesperada do pai, Layken, de 18 anos, é obrigada a ser o suporte tanto da mãe quanto do irmão mais novo. Por fora, ela parece resiliente e tenaz; por dentro, entretanto, está perdendo as esperanças. Um rapaz transforma tudo isso: o vizinho de 21 anos, que se identifica com a realidade de Layken e parece entendê-la como ninguém. A atração entre os dois é inevitável, mas talvez o destino não esteja pronto para aceitar esse amor.


Sabe aquela famosa frase da queridíssima Cecília Meireles, Não sou alegre nem sou triste: sou poeta? Então, esta é a sensação que Métrica me deixou, logo no início. Com um misto de luto e expectativas juvenis, o livro é um perfeito exemplo de que a vida pode trazer más e boas notícias, ao mesmo tempo, e que a forma com que se lida com isso é que faz a diferença.


Bem, a vida de Layken se transforma em um oceano de incertezas assim que perde o pai, inesperadamente. Alegando dificuldades financeiras, para piorar a situação, a mãe da garota decide que a família precisa se mudar do estado em que vivem, Texas, para o Michigan. Inconformada, mas disposta a tentar, já que não há alternativa, Lake, como é chamada pela família, sua mãe e Kel, seu irmãozinho, chegam a Michigan para morar numa casinha simples cuja vizinhança é, inesperadamente, muito agradável.

Basicamente, Lake conhece Will, seu vizinho gato, graças aos irmãozinhos dos dois, que entram em sintonia assim que se conhecem, no instante em que a família chega com a mudança. Will é inteligente, simpático e lindo, além de muito prestativo. Até então, a história de Métrica, por mais bonitinha que pareça, não apresenta grandes novidades. Will e Lake têm tanto em comum que só pode ser obra do destino acabarem tão próximos um do outro. Infelizmente, o que eles têm em comum não é algo que queiram compartilhar, pois toda a perda que sofreram é dolorosa demais para ser algo positivo. Além do drama esperado, uma situação realmente difícil coloca os dois a ponto de enlouquecer, pois tudo indica que ele não podem ficar juntos, e a razão disto é forte, acredite. Talvez não tanto em nossa cultura, mas certamente é um caso clássico de que o proibido não é só uma questão de perspectiva, mas também de momento.

Dos diversos pontos positivos do livro, como os personagens carismáticos, a narrativa em primeira pessoa e a abordagem prática do drama, devo dizer que o grande diferencial fica a cargo de uma novidade (pelo menos para mim) muito interessante do mundo das palavras. Quando não está funcionando como boate, o Club N9ne se transforma em um grande encontro de fãs e praticantes de Slam. Não quero contar muito a respeito, mas para quem vive de palavras, expor seus sentimentos mais profundos através de versos e palavras sem forma definida, é no mínimo, extasiante. Slam é poesia, na sua forma mais pura e obetiva. É só dizer, da forma que lhe convém, o que está sentindo. Fácil, não é? Não mesmo! Lake tem tanto a dizer, mas quase nenhuma coragem. Mesmo Will, com sua perfeita desenvoltura, parece ter problemas para se expressar desde a chegada de Layken.

Bem, agora que falei tudo o que poderia ser dito sobre o livro, deixo meu agradecimento a Colleen Hoover, por nos presentear com este livro que quase passaria despercebido, embora na verdade, seja uma obra incrível sobre perseverança, amor e amadurecimento. Há momentos tristes e felizes, mas a lição que fica (você vai entender assim que chegar ao ponto no livro) é a de que você não pode passar a vida esculpindo abóboras. Pense nisso.

Impecavelmente publicado pela Galera Record, o livro já tem continuação prevista. Pausa deve ser lançado ainda em outubro e já tenho grandes expectativas pelo que está por vir, considerando o final de Métrica.




- Toda mulher deve ser capaz de responder três perguntas antes de se comprometer com um homem. Se disser “não” a qualquer uma das três, saia correndo.



Um milhão, cinquenta e um mil e

duzentos minutos.

É mais ou menos a quantidade de minutos que amo você (…)



Queria que pudéssemos ficar esculpindo abóboras para sempre.

3 comentários:

  1. mas porque eles não ficam juntos? por favor responda,preciso muito saber

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  2. tenho um trabalho de amores proibidos e preciso saber se essa é a historia que procuro

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