Resenha: Entre o Agora e o Nunca, de J.A. Redmerski

Camryn Bennett é uma jovem de 20 anos que desistiu do amor desde que Ian, seu namorado, morreu num acidente de carro há um ano. Sua melhor amiga, Natalie, é a única capaz de animá-la. Mas a relação entre as duas fica abalada quando o namorado de Nat revela à Camryn que está apaixonado por ela. Perdida, sem saber o que fazer, Camryn vai para rodoviária e pega o primeiro ônibus interestadual, sem se importar com o destino. Com uma carteira, um celular e uma pequena bolsa com alguns itens indispensáveis, Camryn embarca para Idaho. Mas o que ela não esperava era conhecer Andrew Parrish, um jovem sedutor e misterioso, a caminho para visitar o pai, que está morrendo de câncer. Andrew se aproxima da companheira de viagem, primeiro para protegê-la, mas logo uma conexão irresistível se forma entre os dois. Camryn tenta lutar contra o sentimento, já que jurou nunca mais se apaixonar desde a morte de Ian. Andrew também tenta resistir, motivado pelos próprios segredos. Narrado em capítulos que alternam as vozes de Andrew e Camryn, Entre O Agora e O Nunca é uma história de amor e sexo, na qual os personagens testam seus limites, exploram seus desejos e buscam o caminho que os levará à felicidade.

Expectativas nas alturas, foi assim que comecei a ler o livro Entre o Agora e o Nunca, da Sumas das Letras. Com uma capa linda, uma premissa interessante e muito burburinho na blogosfera a seu respeito, iniciei a leitura esperando bastante do livro. Obviamente, a história acabou não sendo o que eu imaginava e me deixou até, muito surpresa com o que vi.

A princípio, Camryn parece o tipo de garota insatisfeita, que reclama da vida e não sabe a sorte que tem, mas logo podemos ver que ela está apenas sofrendo, ou melhor, acha que está. A personagem só me conquistou quando deixou bem claro que algumas pessoas tinham problemas maiores que os dela e, deste ponto em diante, passei a vê-la com outros olhos, torcendo para que desse tudo certo para ela. Sua amizade com Natalie me incomodou um pouco, pois não tinham nada em comum, mas refletindo um pouco, algo assim é bem real, no fim das contas. O motivo que leva Cam à estrada é algo que deve fazer com que muitos se identifiquem, inclusive eu. Quem nunca pensou em deixar tudo para trás e tirar umas férias da rotina e das pessoas, seguindo um rumo sem planejar?

Por outro lado, achei que o Andrew se mostrou um personagem perfeito demais e, mesmo que eu acredite em homens assim, não acho que uma pessoas consiga se mostrar tão imaculada. Apesar da desconfiança que tive no início, o personagem me surpreendeu quando finalmente mostrou seus talentos, em vários sentidos.

O que mais me encantou no livro, não foi o que os personagens viveram ao se encontrar, mas a forma como ambos lidaram com o luto, tão distintas e tão parecidas, ao mesmo tempo. O enredo baseado na road trip, bem comum nos EUA, mas não tanto por aqui, também é interessante. As razões que levaram Camryn à estrada, o motivo que levou Andrew a escolher aquela forma de viagem e o desenrolar das ações e envolvimento dos dois não foi nada surreal, do tipo que te faz suspirar, sonhar. Até então, não vi emoção alguma, apenas duas pessoas bem grandinhas se conhecendo, com um passado bem comum, se comparado ao mundo real. O que realmente me intrigou, durante boa parte do livro foi a leve sugestão de que havia algo errado, realmente importante, com um dos personagens. E o finalzinho só explicou o que, durante todo o livro, eu já imaginava. Foi só então que, por mais absurdo que fosse o detalhe, eu realmente senti a história. Mas então veio o final, final mesmo, e apelou. Eu daria outro encerramento para a história dos dois, mas...

Em geral, como já disse, a história é boa, bem escrita, especialmente ao intercalar a narrativa com o ponto de vista de Cam e Andrew. É um livro extenso e sem muita ação, mas nada chato. O romance não é água com açúcar, mas um reflexo do que a vida pode se tornar, logo cedo. É um Young Adult, portanto não espere leves e doces cenas de amor, mas algo forte e, um tanto, mais agressivo. Recomendo a leitura de Entre o Agora e o Nunca com a ressalva de que é preciso nervos de aço para encarar o capítulo final.

Não havia lógica nem senso de propósito algum, a não ser saber que eu precisava fazer alguma coisa diferente do que estava fazendo, ou não conseguiria sobreviver. Ou acabaria como meus pais.

Caras gatos sabem que são gatos. Sabem e pronto, até aqueles que não ficam se mostrando.

PQP! Vc tah dormindo com Kellan Lutz?!?!!!!?

- Essa garota é alfabetizada? - ele pergunta. - Quem é Kellan Lutz, c*? Ele é feio? - Andrew me olha com uma ponta de medo nos olhos.

- É, trabalhar antes que o dinheiro acabe é um plano melhor, com certeza (…) Não quero virar mendiga, dormir atrás de caçambas de lixo ou ficar parada numa esquina com uma plaquinha dizendo: Trabalho em Troca de Comida.