Aprisionada, de Lauren DeStefano




Wither, ou Aprisionada, é o primeiro volume da trilogia do Jardim Químico, escrita por Lauren DeStefano e publicada no Brasil pela editora Underworld. A história é sombria, mas nada sobrenatural. O tema em pauta é o paradoxo avanço e retrocesso da ciência.

 
Em um mundo onde as pessoas não vivem mais do que vinte e cinco anos, a partir de determinada geração, a busca pela perpetuação e cura da espécie se torna um jogo onde tudo vale. Meninas em idade fértil são sequestradas e forçadas a viver relacionamentos poligâmicos em prol da ciência. Neste contexto, Rhine vive escondida com seu irmão e só sai quando necessário, mas em um dia descuidado ela acaba sendo levada pelos Coletores, passando por uma experiência assustadora e revoltante. Ao lado de várias outras garotas, ela espera ser escolhida ou descartada pelo senhor abastado. Por sorte, ou azar, ela e outras duas são as únicas escolhidas, sendo levadas me seguida rumo ao desconhecido, mas não antes de escutar os tiros cujos alvos são, provavelmente, os espécimes descartados.
Logo, Rhine está presa em uma mansão confortável e, extremamente luxuosa. Sua duas companheiras e ela compartilham agora um marido, Linden, cujo carinho acaba sendo sincero e inocente. Ao que parece, ele desconhece o procedimento pelo qual as novas esposas passaram e que fora obra de seu pai. Apesar da nova boa vida, Rhine ainda quer voltar para casa e rever o irmão, travando uma luta interna entre fugir para a liberdade e ficar e ser uma boa esposa. Para auxiliá-la na decisão certa, ela conta com a ajuda de um amigo inesperado, Gabriel, um servo bastante devotado que fará de tudo para orientá-la.
Direi o que penso de uma vez, antes que comparações sejam feitas. Li este livro antes de ler A Seleção, de Kiera Cass e confesso que acho o primeiro bem mais inteligente. Claro que ambos têm seu valor, mas não consegui me prender no livro de Kiera como neste. Aprisionada conta várias histórias tristes enquanto nos apresenta um mundo luxuoso. Existe uma dor não expressa em palavras, mas que circunda o enredo inteiro, desde o infortúnio de Rhine e outras garotas até o pai excêntrico de Linden. O vazio e superficialidade tentam nos confundir o tempo todo, chegando até a neutralizar a vontade de fugir de Rhine. O desenrolar te faz acreditar que a Síndrome de Estocolmo se fará presente, mas tudo não passa de uma fase, pois a verdadeira liberdade que a garota procura não será encontrada na mansão de jardins infinitos. Acho que o tema da ciência maligna e falida é forte, embora a maior abordagem esteja no psicológico. Não vejo um final feliz para nenhum dos personagens, de uma forma ou de outra. Também não sei o que esperar da sequência, mas gostaria que esta fosse logo publicada em português. A proposta é melhor do que muitas por aí...

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